Deu no Jornal do Brasil
Até março do ano que vem, período das desincompatibilizações de quem vai se candidatar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará uma das maiores reformas ministeriais da história do país. Pelo menos 17 ministros deverão deixar os cargos, número que pode chegar a 19, caso os titulares da Defesa, Nelson Jobim, e dos Transportes, Alfredo Nascimento também decidam se candidatar a um cargo eletivo em 2010.
O primeiro a anunciar que sai é Tarso Genro (Justiça), mas o PT perderá outros ministros: Dilma Roussef (Casa Civil), Carlos Minc (Meio Ambiente), Paulo Bernardo (Planejamento), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) José Pimentel (Previdência), Fernando Hadad (Educação) e Altemir Gregolin (Pesca). Todos devem ser substituídos por quadros do partido ou por servidores de carreira também alinhados ao PT.
O PMDB, dono de quatro ministérios conquistados de porteira fechada no governo Lula, fará quatro substituições: Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Edson Lobão (Minas e Energia), Reinhold Stephanes (Agricultura) e Hélio Costa (Comunicações). No PCdoB, sai Orlando Silva (Esportes) e, no PDT, Carlos Lupi (Trabalho).
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também deixará o cargo, cotado para concorrer ao governo de Goiás ou como candidato a vice-presidente da grande estrela das desincompatibilizações, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A ministra, assim como a maioria de seus colegas, deixará o cargo em março, no limite do prazo permitido pela lei. Dilma terá de ser referendada ainda pela convenção do PT nacional para então se dedicar exclusivamente à campanha. Ela conta com uma eventual licença do presidente Lula, que tem falado a aliados que poderá deixar o cargo por um ou dois meses para percorrer o país levando a ministra a tiracolo.
O governo pretende transformar o pleito de 2010 numa eleição plebiscitária, forçando um confronto entre os oito anos do governo Lula com o período do antecessor, Fernando Henrique Cardoso.A mexida ministerial do ano que vem deverá ser marcada por discretas substituições. Uma das poucas dúvidas do Palácio do Planalto é sobre o destino de Paulo Bernardo. O ministro quer disputar o mandado de deputado pelo seu estado, o Paraná, mas o presidente Lula já acenou com a hipótese de convidá-lo para substituir a ministra Dilma Rousseff na Casa Civil. Mais que o domínio sobre uma área técnica do governo, como o Planejamento, Bernardo é considerado um bom articulador político, figura essencial em 2010.
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