quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Jader será candidato ao governo do Pará?

O Observatório Eleitoral leu e concorda com muitas das avaliações da Profa. Edilza Fontes em seu blog, sobre as pretensões do PMDB para 2010 no Pará.

Observamos que Jader vem demonstrando a cada ato seu, ou dos políticos ligados ao PMDB, que o partido vem com candidatura própria ao governo do Estado. O nome mais provável? Claro, Jader Barbalho. Um segundo nome, como Priante também é muito possível.

Uma coisa é certa: há muitos anos o PMDB não vê real chance, como em 2010, para sair da condição de partido coadjuvante no Pará. Desde que Almir chegou ao governo em 94, o PMDB passou por alguns apertos até conseguir reconstruir sua base de prefeitos, vereadores e deputados. Sempre teve apenas alguns nacos do poder. Agora quer mais. Quer o governo.

Outro ponto importante: o PMDB tem pesquisas que apontam que Jader tem muita chance de passar para o segundo turno. O Observatório concorda, em tese, com essa avaliação. Quem ganhará irá depender, porém, das alianças que o PT, PSDB e PMDB farão, das habilidades de seus marqueteiros e de quanto cada "telhado de vidro" vai resistir aos ataques dos adversários. Nesse quesito, Jader tem muita preocupação, pois tem razões de sobra para quebrarem seu telhado. Por isso mesmo, tem evitado assumir sua condição de candidato ao governo. Prefere sinalizar ao senado. Assim, evita ataques prematuros que poderiam inviabilizar sua candidatura.

Fontes ligadas a Jader garantem que ele vai ao segundo turno, contra Ana do PT, ou contra Jatene, agora definido como candidato do PSDB. E garante mais, será o eleito, pois no segundo turno terá apoio do PT ou do PSDB, que não aceitarão o rival ganhar as eleições.

Veja as observações da Profa. Edilza:

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Sou uma pessoa que observa a política e que participa dela, porém, tento relacionar os atos dos atores políticos com seus projetos, que são necessariamente mais amplos que seus atos isolados. O que quero dizer é que devemos analisar aquilo que eles apresentam como possibilidades de ação coletiva, no caso representado pelos partidos.

Vamos analisar o sujeito coletivo, o PMDB e do seu ator principal, o deputado federal Jader Barbalho. No meu entendimento, até fevereiro de 2009, após o Fórum Social Mundial, o PMDB mantinha uma relação com o governo Ana Júlia de disposição para a coligação e esperava recompor seus espaços no governo. De lá para cá, as relações azedaram, o PMDB perdeu mais espaços no governo e as negociações foram ficando cada vez mais truncadas.

Hoje, os sinais que o PMDB emite, nos permitem dizer que sua estratégia mudou. Ancorado nas escutas políticas, pensa no atual momento, em lançar candidatura própria ao governo do Estado em 2010.O debate interno no PMDB, hoje, é se Jader Barbalho vai ser o candidato ao governo do Estado ou se lança outro nome.

Na segunda opção, ele viria candidato ao senado e esperaria um segundo turno para negociar.Por que eu afirmo isto? Quais são os sinais que eu percebo que indicam a minha afirmação?

Vejamos:

1. Hoje o PMDB joga junto com a oposição para não aprovar o orçamento do governo para o ano de 2010, ou aprová-lo com margem de 3%, alterando o percentual que hoje que é de 25% do orçamento do Estado que pode ser remanejado livremente pelo poder executivo. A emenda é do deputado Parsifal Pontes, líder do PMDB e homem de confiança do deputado Jader Barbalho;

2. O PMDB questiona a aplicação dos empréstimos anteriores do governo Ana Júlia e o pedido de um novo empréstimo;

3. A saída dos Secretários do PMDB que vem se configurando como um desembarque lento e gradual;

4. O não comparecimento do deputado Jader Barbalho, na reunião em Brasília com o PT nacional, articulada pela governadora em conjunto com o PT nacional;

5. A ida isolada do deputado federal Jader Barbalho, negociando separadamente com o PT nacional o apoio a candidatura de Dilma e as eleições no Pará;

6. As negociações que o deputado Jader tem feito com outros partidos, demonstrando um descolamento das negociações feitas pelos articuladores do governo do Estado;

7. Os acenos do agora candidato do PSDB, Simão Jatene faz ao PMDB, para uma coligação em 2010, sem resposta negativa do PMDB e a aliança tática na Assembléia, onde os dois partidos votam junto e imprimem derrotas para o governo, como ontem na Comissão de Finanças;

8. A construção da imagem de que o PMDB foi maltratado no governo Ana Júlia, não tendo sido respeitado e que por isso deixa o governo;

9. A construção na opinião pública, de que cabe exclusivamente ao PT, a condução da gestão do governo, sendo ele o responsável pelos seus acertos e erros;

10. A não participação do deputado federal Jader Barbalho nos atos oficiais do governo;

Estas são observações de blogueira. Não comungo da idéia que o PMDB é um partido em disputa e que tenha tucanos dentro dele, propondo aliança com Jatene. O PMDB está mais para lançar candidatura própria e apoiar DILMA no primeiro turno, o segundo turno só Deus dirá o que fazer.

Fonte: blog da profª Edilza Fontes

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