Dificuldades para definir quem será o candidato não é apenas "privilégio" dos tucanos. Os petistas mineiros que o digam. Veja o que deu no Correio Brazilienze sobre a política de MG com reflexo na eleição presidencial:
Envolvido numa disputa interna, PT não consegue definir seu candidato ao governo de Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país
O PT vive em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, o mesmo dilema que o PSDB enfrenta no plano nacional. Dividido entre dois pré-candidatos a governador –- o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel –-, o partido assiste de mãos atadas à antecipação da campanha do candidato escolhido pelo governador Aécio Neves: o atual vice Antonio Anastasia, que tem percorrido o estado, assinando convênios, inaugurando obras e se reunindo com prefeitos, em agendas que incluem mais de uma cidade por dia, principalmente nos fins de semana.
A direção nacional do PT e líderes da legenda em Minas estão preocupados não só com a indefinição do concorrente petista ao Palácio da Liberdade, mas com o clima de guerra entre os dois grupos, explicitada na eleição para a presidência do diretório estadual, vencida pelo deputado federal Reginaldo Lopes.
Cabo eleitoral de Fernando Pimentel, Lopes foi reeleito por pequena margem de votos. Concorrente derrotado e apoiado por Patrus Ananias, o secretário Nacional de Comunicação do PT, Gleber Naime, aposta que o embate apenas começou e apresenta hoje vários recursos à executiva estadual contra a apuração. Segundo Naime, os recursos podem modificar o resultado final. Se não obtiver sucesso na instância estadual, onde detém minoria, Naime pretende recorrer à executiva nacional, da qual é integrante.
Durante os dois turnos da disputa, houve denúncias de fraudes de ambos os lados, e a previsão é de que uma espécie de terceiro turno seja travado até fevereiro, quando o partido faz o congresso nacional para referendar a candidatura presidencial de Dilma e analisar as pendências das eleições estaduais que não tiverem sido resolvidas nem mesmo pela executiva nacional. Apesar de a eleição interna ter sido transformada numa espécie de prévia para indicação do candidato ao governo, a vitória apertada de Lopes não conseguiu eliminar a necessidade da escolha do nome pelo voto dos filiados, o que pode adiar a definição para março.
Secretário-geral do partido em Minas, o deputado federal Odair Cunha, defensor da pré-candidatura de Patrus, é um dos que têm agido como bombeiro para tentar apagar o incêndio ainda este ano. “Os dois turnos mostraram que há um equilíbrio de forças no PT de Minas entre os dois candidatos, Patrus e Pimentel. Cada um conseguiu eleger praticamente a metade do diretório. Não há força hegemônica para impor ou escolher um dos nomes como o melhor candidato ao governo. Enquanto disputamos, o Anastasia está todo dia na minha região anunciando investimentos. Temos que aproveitar o clima natalino para fazer as pazes.”
Outro que tem pregado o diálogo é o secretário Nacional de Assuntos Institucionais do PT, Romênio Pereira, que apoia Pimentel. “Por ser o segundo colégio eleitoral, que será fundamental para conseguirmos eleger a Dilma, não podemos deixar que haja um terceiro turno com a continuidade do enfrentamento dos dois grupos. Precisamos começar a tratar da política de alianças, o que inclui o PMDB e outros partidos da base aliada”, afirmou.
"Enquanto disputamos, o Anastasia está todo dia na minha região anunciando investimentos. Temos que aproveitar o clima natalino para fazer as pazes", disse Odair Cunha.
"Por Minas ser fundamental para conseguirmos eleger a ministra Dilma, não podemos deixar que haja um terceiro turno com a continuidade do enfrentamento dos dois grupos", concluiu Romênio Pereira, secretário de Assuntos Institucionais do PT.
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