As chuvas castigam todo o país, mas seus efeitos têm sido particularmente cruéis em redutos tucanos, como São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, enquanto a lama escorre do governo do parceiro DEM no Distrito Federal. Chuva e lama na oposição.
Mas, para o governo, a coisa também não foi boa na semana passada. O PIB de 1,3% no 3º trimestre atordoou a área econômica, deixou no ar o temor de resultado negativo no ano e mostrou que a recuperação não é essa maravilha toda alardeada. Marolinha daria num Pibão em 2009. Pibinho dá marola em 2010.
E, se os tucanos se debatem entre Serra e Aécio, o próprio Lula colocou uma interrogação no nome de Temer para a vice de Dilma. Com Temer citado nas fitas dos panetones, e PT e PMDB se digladiando nos Estados, tende a crescer a candidatura própria de Requião. Não é para valer, mas serve como trava para o PMDB lulista.
O Ibope também provocou uma leve reversão de expectativa. O natural seria que Serra continuasse perdendo um ponto daqui, outro dali -como acontece, a um ano da eleição, com quem tem índices altos, ainda não se declarou candidato e está fora dos principais holofotes. Mas ocorreu o contrário, e ele oscilou para cima, com 38%.
No caso de Dilma, o mais natural é que, partindo de um patamar baixo, ela continuasse subindo quanto mais perto da eleição, mais conhecida, mais identificada com Lula. Mas ela oscilou favoravelmente apenas dois pontos, para 17%.
O que interessa nem é o número de hoje, é o potencial de amanhã. Serra, conhecido por 69%, tem a menor rejeição (29%). Dilma, agora já conhecida por 32%, tem a maior (41%). Isso pode indicar que o eleitorado é receptivo a Serra e, quando vai sabendo quem é Dilma, menos tende a votar nela.
A oposição andava tensa, e o governo, tranquilo. Com 2010 bem aí à porta, os dois andam nervosos. Com bons motivos.
Fonte: Eliane Cantanhêde (Folha de SP)
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