quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Michel Temer: vice será escolhido em conversas do PMDB com o PT e Dilma

Em entrevista ao jornal O Globo desta quarta(23), o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), falou sobre a polêmica da lista tríplice pedida pelo PT para escolha do cargo de vice da chapa que será encabeçada por Dilma Rousseff(PT) em 2010. Com tom mais ameno, se esquivou bem da suposta pré-indicação à vice-presidência e ainda declarou que a decisão final sobre o nome do PMDB será feita após uma conversa entre os dois partidos. Veja abaixo parte da entrevista publicada hoje:

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Por que o PMDB reagiu de forma até indignada à sugestão do presidente Lula da lista tríplice de candidatos a vice da Dilma Rousseff?

MICHEL TEMER: Foi uma simples reação reveladora da autonomia do partido. É evidente que, no instante que isso sugere uma fórmula para o PMDB escolher o candidato, a reação foi natural, porque essas coisas se resolvem por meio do diálogo. E, como a ideia é a escolha de um companheiro de chapa para a ministra Dilma, que poderá vir a ser candidata - se já não é candidata - ao cargo de presidente, evidentemente que essas questões se decidem por conversas entre os dois partidos, o PT e o PMDB.

O senhor ficou magoado porque seu nome sempre foi apontado como o preferencial para vice?

TEMER: Em primeiro lugar, meu nome foi muito alardeado como candidato a vice, embora - faço, desde já, uma observação - eu jamais tenha me colocado como vice. Ao contrário, sempre disse que vice é circunstância política, não é candidatura. Ocorreu, entretanto, que, num dado momento, houve um diálogo, em Brasília, em que supostamente tentavam me incriminar. E a fala do presidente - dizendo que o ideal seria uma lista tríplice, que foi uma fala acidental, não proposital - fez com que a imprensa relacionasse o episódio Brasília com o episódio da lista tríplice. A meu ver, o presidente da República jamais teve essa intenção.

O próprio presidente Lula já chegou a falar para o senhor que o senhor seria o candidato a vice?

TEMER: Quando tivemos uma primeira conversa, isso há vários meses, sobre a possibilidade da aliança, ele - talvez muito delicadamente - insinuou que eu poderia ser o vice, que o Hélio Costa poderia ser o vice, enfim, mencionou nomes que poderiam ocupar essa posição. Ao que logo eu disse: presidente, primeiro vamos fechar essa aliança para depois verificarmos qual é o nome que mais soma para a candidata. Deixei isso muito claro naquela ocasião. Portanto, o presidente jamais chegou a dizer "você será o vice", mas insinuou nomes, entre os quais o meu.

E a candidata chegou a falar com o senhor sobre isso?

TEMER: Conversamos muito sobre alianças, não chegamos a conversar sobre vice-presidência. Aliás, quando se tocou nesse assunto, mais uma vez, minha fala foi na mesma direção. Como estamos dialogando, será do diálogo entre PT e PMDB, e, naturalmente, entre a candidata e o PMDB, nessa circunstância, que se dará a escolha do vice.

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