sábado, 28 de novembro de 2009

Serra exibe a sua ‘não-candidatura’ no Ceará de Ciro

no blog do Josias de Souza

José Serra, como se sabe, ainda não é candidato à presidência da República. Concentra-se em governar o Estado que o eleitor lhe confiou.

Nas últimas horas, Serra governou São Paulo desde o Ceará. Na noite passada, esteve na cidade de Canindé, assentada no sertão.

Participou de um seminário –“Ceará em debate”. Um evento bicudo, organizado pelo tucanato local.

Desinformado, o mestre de cerimônias saudou Serra como “o futuro presidente do Brasil”. Um repentista entoou: “José Serra para presidente e Tasso para senador”.

Um observador desatento diria que Serra cumpriu agenda de candidato. Disse aos repórteres que, se virasse presidente, levaria ao Nordeste mais infraestrutura.

Mas apressou-se em esclarecer, claro como a gema: “Não vim aqui como candidato para apresentar programa. Estou concentrado no meu trabalho como governador”.

Do seminário, Serra foi à Basílica de São Francisco. Percorreu um cômodo de nome sugestivo: “Sala de Milagres”.

Parecia um candidato clássico. Tirou fotos com eleitores. Beijou criancinhas. Amarrou no pulso uma fita verde que lhe permitiu dirigir três pedidos a São Francisco.

O que diabos pediu ao santo? “Não posso dizer, senão não se realizam” os desejos. Um gaiato poderia arriscar: Pediu a presidência, a presidência e a presidência.

Mas Serra, que ainda não é candidato, desestimula os palpites: “A eleição é só em outubro do ano que vem. No devido tempo e a tempo as coisas vão se definir”.

O presidente do PPS, Roberto Freire, que acompanhava Serra, definiu as coisas: “Hoje o candidato mais forte da oposição é Serra”.

O grão-tucano Tasso Jereissati, outro acompanhante, disse a Serra que, para assumir a candidatura, “não haveria melhor inspiração do que São Francisco do Canindé”.

Mas Serra, que não é candidato, declarou: “Se eu fosse sacerdote, seria franciscano. É uma ordem pela qual tenho uma admiração e uma proximidade muito grande”.

Mais um pouco e Serra faz voto de pobreza. Tremei, papa!

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