Do Jornal Valor Econômico
A comissão formada por PT e PMDB com a tarefa de buscar solução para os problemas eleitorais entre os dois partidos nos Estados começará os entendimentos pela tentativa de recomposição no Pará, entre a governadora Ana Júlia (PT) e o grupo do deputado Jader Barbalho (PMDB). A decisão foi tomada ontem, em reunião na sede do PT, em Brasília. Esses encontros deverão ocorrer semanalmente.
A governadora do Pará será chamada a Brasília na semana que vem para uma conversa com dirigentes petistas. Jader, por sua vez, será convidado para uma reunião com os pemedebistas. Os dois, separadamente, deverão ser questionados sobre a possibilidade e as bases de um eventual acordo. A vitória do grupo do PT favorável à aliança com Jader, na eleição do diretório estadual, facilitar a conversa.
"É possível conversar. Como nenhum candidato está muito a frente nas pesquisas, há viabilidade eleitoral para os dois", disse a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do governo no Congresso.
A indefinição da escolha dos novos dirigentes do PT em Minas Gerais e no Rio - Estados onde a aliança entre os dois partidos é estratégica para a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República - adiou a discussão sobre o confronto atual entre as duas legendas.
O caso do Ceará também deve ser tratado com uma conversa com o governador Cid Gomes (PSB). A comissão pretende consultá-lo sobre qual seria a melhor composição eleitoral para sua candidatura à reeleição. A partir dessa avaliação, será batido o martelo.O problema no Ceará é a disputa ao Senado. O governador tem compromisso em apoiar o deputado Eunício Oliveira (PMDB). O PT quer incluir o ministro José Pimentel (Previdência) na outra vaga de senador.
Como há possibilidade de o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disputar, o grupo do governador elegeria apenas um senador. Por isso, o PMDB não quer Pimentel na disputa. A reunião de ontem reforçou o pré-compromisso de aliança nacional dos dois partidos.
Dirigentes trabalham com a possibilidade de dois palanques para a candidatura de Dilma nos Estados em que petistas e pemedebistas não entrarem em acordo. "É preciso estabelecer regras de convivência", afirmou o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), secretário-geral do seu partido.
A comissão já "virou a página" em relação à Bahia. Foi aceito o lançamento de duas candidaturas da base ao governo do Estado: o governador Jaques Vagner (PT) e o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
O PMDB apresentou preocupação com a situação da aliança em seis Estados: Rio, Minas, Bahia, Pará, Ceará e Mato Grosso do Sul. Em pelo menos quatro deverá haver duas candidaturas da base do governo. O encontro de líderes do PT e PMDB, que contou com a participação do presidente nacional eleito do PT, José Eduardo Dutra, serviu para reaproximar dirigentes dos dois partidos. A negociação estava parada havia cerca de um mês à espera das eleições internas do PT.
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