Boca de urna aponta vitória de candidato oposicionista em Honduras
29/11/2009 - 23h39 da Folha OnLine
O candidato oposicionista Porfirio Lobo aparece com uma liderança clara nas pesquisas de boca de urna divulgadas após a eleição presidencial em Honduras, realizada neste domingo em meio à divisão interna e entre os países do continente, rachados em relação à legitimidade do pleito.
A eleição é vista pelos Estados Unidos e alguns aliados como uma saída para crise política hondurenha, agravada há cinco meses pela deposição do presidente Manuel Zelaya, expulso do país pelo Exército, em uma ação que teve apoio da apoio da Suprema Corte e do Congresso, que reagiram a uma tentativa considerada ilegal de fazer uma consulta popular sobre mudanças constitucionais.
Mas, enquanto Washington deve reconhecer a votação, os governantes de esquerda como os presidentes do Brasil, Argentina e Venezuela e outros países latino-americanos dizem que a eleição é inválida, porque foi apoiada por um governo interino que consideram golpista.
Os EUA argumentam que a eleição estava convocada antes da deposição e que os candidatos já estavam escolhidos.
Uma pesquisa da estação de rádio HRN mostra o conservador Lobo, do Partido Nacional (PN), com mais de 55% da votação, contra 39% de Elvin Santos, do Partido Liberal, o mesmo de Zelaya e do presidente interino, Roberto Micheletti.
Duas pesquisas de boca de urna divulgadas por outros meios de comunicação também mostram Lobo, um rico fazendeiro, bem à frente. O candidato do PN é visto como mais capaz do que Santos de tirar Honduras do impasse político e do isolamento diplomático.
"Esta eleição é um passo importante para consolidar um governo que possa nos unir", disse Lobo, após a votação. Ele já deu sinais de que pretende fazer um governo de unidade e disse que Zelaya poderá sair sem medo de ser preso da embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde o presidente deposto permanece desde 21 de setembro, quando voltou clandestinamente ao país.
Considerado fundamental para a legitimidade da votação, o nível de participação de eleitores ainda é incerto.
Após o fechamento das sessões eleitorais, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) disse que abstenção tinha sido de 35%, menor que a da última eleição, em 2005, mas a frente pró-Zelaya, que convocara um "toque de recolher cívico", chamou a votação de um "fracasso", com cerca de 70% de abstenção.
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