domingo, 7 de fevereiro de 2010

Racha tucano no Paraná

Esse período pré-eleitoral tem revelado fortes brigas estaduais e nacionais, levando ao enfrentamento lideranças dentro dos próprios partidos, expondo rachas, acusações e situações inusitadas.

Aqui no Pará, os tucanos protagonizaram meses de polêmica entre Simão Jatene, Mário Couto e Almir Gabriel. Jatene levou a melhor. Serra e Aécio, presidenciáveis, foram um pouco mais elegantes, e se engalfinharam menos. No Rio, os petistas brigaram por candidatura própria, mas deverão obedecer Lula e apoiar Sérgio Cabral (PMDB) à reeleição. A nível nacional, o PMDB é o melhor retrato dos conflitos de interesses: uns querem apoiar Dilma, outros Serra e outros, ainda, querem candidatura própria. Os PSOListas também não se entendem: uns querem apoiar Marina à presidência; outros querem candidatura própria (até o nome de Babá foi colocado).

O artigo abaixo de Isto É desta semana, mostra a situação dos tucanos no Paraná.

Antigos aliados, Beto Richa e Álvaro Dias disputam quem será o candidato do PSDB ao governo do Paraná. Richa é o preferido da Executiva Nacional do PSDB para ser o candidato

O PSDB é o fiel da balança nas eleições do Paraná. Mas, a exemplo do que aconteceu no cenário nacional, os tucanos têm dois pré-candidatos, ambos com bastante peso. O prefeito de Curitiba, Beto Richa, seria o candidato natural. Seu governo tem 84% de aprovação, a maior entre os prefeitos do País, e ele aparece em primeiro lugar nas pesquisas.

Mas o senador tucano Álvaro Dias – que governou o Estado na década de 80 e se destaca na oposição ao governo Lula no Congresso – também se lançou na disputa. Com o impasse, o residente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), foi convocado às pressas a Curitiba para encontrar uma solução.

O favorito da direção do partido é Richa. “Não escondo de ninguém que tenho vontade de ser governador. Venci na Executiva e terei mais de 40 votos (total de 45) no diretório. E a maioria dos partidos aliados está comigo”, disse Richa à ISTOÉ. “Essa reunião não tem validade. Se o Beto insistir, ele vai dar um palanque para Dilma Rousseff”, devolve Dias.

A ameaça do tucano tem motivos. Seu irmão, Osmar, também senador e pré-candidato do PDT ao governo, aparece encostado em Richa nas pesquisas. Como no Paraná o PT está isolado, o presidente Lula aproveitou a divisão tucana para oferecer a Osmar uma aliança com os petistas.

“Se o Richa não desistir, ele dará um palanque a Dilma”, disse Álvaro Dias, senador e pré-candidato ao governo do Paraná pelo PSDB.

Ligou para Osmar e o convidou para uma reunião com Dilma Rousseff. Em meio à conversa, Osmar sugeriu o nome da presidente do PT no Paraná, Gleisi Hoffmann, para vice em sua chapa e ouviu de Dilma que Gleisi preferia ser candidata ao Senado. Dilma citou o nome do diretor de Itaipu, Jorge Samek. Osmar ficou de pensar, mas a aliança está quase pronta. Só depende da decisão do PSDB sobre Álvaro. Se ele for o escolhido, Osmar não sairá candidato contra o irmão. “Ele é mais velho e desde que eu nasci temos um acordo: irmão não disputa com irmão”, diz o pedetista.

O imbróglio paranaense surgiu por conta de um racha entre antigos aliados. Em 2006, Richa apoiou Osmar para o governo do Paraná e Álvaro para o Senado. Osmar perdeu por 0,018% para o governador Roberto Requião. Em 2008, Osmar e Álvaro apoiaram Richa paraa Prefeitura de Curitiba. Para este ano, a ideia da família Dias era que Richa continuasse na prefeitura, Álvaro no Senado e Osmar voltasse a disputar o governo com o apoio de todos. O que, por decisão de Richa, não vai acontecer.

Longe de toda essa confusão, o vicegovernador Orlando Pessuti (PMDB) tem o total apoio de Requião para sucedê-lo. Tanto que Requião se licenciará em abril e entregará a máquina paranaense para Pessuti de abril a junho. Ele, que aparece com menos de dois dígitos nas pesquisas, está otimista. Seu trunfo é a estrutura do PMDB, que está presente em todos os municípios paranaenses e é a legenda que possui o maior número de filiados.

“Quando eu assumir o governo, ficarei ainda mais conhecido. Como diz o governador Requião, a eleição será plebiscitária. Contra ou a favor de seu governo”, afirma Pessuti.

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