quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"Big Brother" eleitoral

O Observatório traz um trecho de um artigo de Fernando de Barros e Silva da Folha de São Paulo. Já imaginaram Dilma, Serra, Ciro e Marina (e alguns outros paraquedistas de última hora) num BBB só de presidenciáveis?

Sugerimos ainda que ficassem confinados numa casa de gente bem humilde, sem saneamento básico, com pouca ou nenhuma água, com restrições alimentares (ainda presente na vida de muitos brasileiros). Teriam que experimentar a realidade de grande parte do povo. Quem apoia essa idéia?

Leia abaixo o texto da Folha:

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Mas por que o "BBB" agora? Voltou a circular pela internet uma sugestão atribuída a Rita Lee. Diante da reconhecida inutilidade do programa, a cantora defende que, no lugar dos anônimos, os candidatos à Presidência sejam trancados numa casa para debater seus respectivos programas e ideias para o país.

Segundo a cantora, não seriam permitidos marqueteiros, assessores ou discursos ensaiados. Nus na "Casa dos Políticos", os presidenciáveis acabariam revelando o seu verdadeiro caráter. O público votaria a cada semana, eliminando um deles. No final, o sobrevivente seria nomeado presidente da República.

Trata-se, é óbvio, de um deboche. Bom demais para ser viável. A sugestão, aliás, parece nascer mais da insatisfação com o artificialismo das campanhas do que como simples reação à estupidez do "BBB".

Além de ir contra o jogo de cena da política, o engessamento dos debates, a ditadura das pesquisas e as manobras do marketing, o devaneio de Rita Lee toca ainda em outro ponto. Ele exprime o desejo de submeter os candidatos a situações de desconforto, até o limite da tortura física e/ou psicológica, como se o eleitor devesse extrair a fórceps algo neles oculto ou dissimulado. Não é má metáfora para a democracia.

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