quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Do "banco de reservas", Itamar teme um WO tucano

Um dos cotados para ser vice do "não-candidato" José Serra, o ex-presidente Itamar Franco (PPS) concedeu uma entrevista para o jornal Correio Braziliense, onde comenta (e desaprova) a estratégia tucana até agora para as eleições de outubro. Veja abaixo a entrevista:

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Entrevista do ex-presidente Itamar Franco (PPS):

Como o senhor avalia a posição do governador Aécio Neves (PSDB), que afirmou que não sairá candidato como vice de Serra (PSDB) e que o destino dele é mesmo concorrer a uma vaga do Senado?
Acho que é uma decisão pessoal do governador. Ele referenda uma posição que já tinha tomado. Não tenho o que comentar, a não ser respeitar a decisão dele. Fui o primeiro, senão um dos primeiros, a defender a candidatura à Presidência da República do governador Aécio Neves. No momento em que ele deu uma entrevista muito forte, não tenho mais nada a comentar.

O presidente de seu partido, Roberto Freire (PPS), defende uma chapa puro-sangue, com Aécio vice.
O Roberto Freire tem uma posição que não é a minha. Vamos discutir isso, possivelmente no dia 25 de janeiro. O desejo do Aécio de não querer ser vice é pessoal. Então, ninguém pode dar mais palpite. Exatamente porque o governador foi enfático. Este é um assunto que cessou. Vou recomendar que o partido não se envolva na pressão para que ele seja vice.

O que o senhor pensa da decisão do governador de desistir do Palácio do Planalto?
Hoje a decisão é definitiva e acho que Minas só tem a lamentar isso, que ocorreu pela condução do PSDB paulista.

Com o senhor avalia a postura do tucanato paulista, que pretende definir o candidato só em março?
Uma candidatura presidencial tem que ser trabalhada. Não pode ser voo solo. Tem que se organizar e somar com outros partidos. Acho que o PSDB está ficando numa situação difícil. A oposição brasileira vai ter muitas dificuldades. A posição paulista vai atrapalhar o processo eleitoral da oposição. Só estranho que o PSDB queira forçar o Aécio a ser vice e não faça o Serra assumir a candidatura. É um jogo estranho.

Esta semana especulou-se que o senhor poderia sair candidato como vice de José Serra. O que o senhor pensa dessa possibilidade?
Primeiro, não estou pleiteando e nem me oferecendo. O candidato a vice não se escolhe. O protagonista é que seleciona. Bobagem dizer que vai ser vice de fulano ou de sicrano. Quem escolhe é o candidato.

O que pensa da postura dos tucanos, anunciada esta semana, de elevar o tom das críticas ao governo Lula?
Vamos aguardar. Por enquanto, não vejo nada. Na verdade, observo um discurso vazio. Vazio porque não tem a peça principal, que é o candidato. Eles perderam o governador Aécio como opção e estão sem candidato, correndo risco de perder por WO. Os tucanos estão numa situação difícil de emplacar qualquer discurso, sem um rosto que represente a fala do partido. Se compreendessem física, veriam que o vazio é bem complicado.

Fonte: jornal Correio Braziliense

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