O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, deixou ontem o governo de São Paulo acompanhado de apenas um assessor e dois ajudantes de ordem (como determina a lei). Agora, se dedica à delicada tarefa de desenhar sua estrutura de campanha sem provocar um desmonte da equipe do Estado e da Prefeitura de São Paulo.
Para o comitê financeiro, planeja indicar o tesoureiro da sua campanha a governador, o ex-ministro José Gregori, hoje no município. Confirmada a escolha, reproduzirá, em 2010, boa parte da equipe de 2006: para a coordenação administrativa, o ex-secretário estadual José Henrique Reis Lobo; na comunicação, Luiz Gonzaléz; e, no jurídico, Ricardo Penteado.
Além do coordenador-geral da campanha, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, o secretário estadual de Meio Ambiente, Xico Graziano, e o presidente da SPTuris, Caio Carvalho, serão escalados para o comitê: Graziano para o programa de governo, e Carvalho para a organização de eventos.
"Minha tarefa é apresentar propostas inovadoras, já que o PT se apropriou das nossas", disse Graziano na quarta-feira, um dia depois de convidado.
Mas, para além da estrutura formal, um time recrutado por Serra já se reunia, há seis meses, toda segunda-feira, religiosamente, na mesa do ex-ministro Andrea Matarazzo.
Nesses jantares, que invadiam a madrugada à espera de Serra, foi traçada boa parte da estratégia da pré-campanha, da data para renúncia do pré-candidato ao desenho de palanques nos Estados. Foi num desses encontros que o ex-chefe da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira informou a disposição de tentar o Senado, abrindo mão de disputar o governo paulista.
Deles participavam Guerra e o hoje governador Alberto Goldman. Um dos principais articuladores políticos de Serra, o deputado federal Jutahy Magalhães viajava diretamente da Bahia para as reuniões.
Cada integrante cumprirá uma missão na campanha. Além da interlocução com o empresariado --seja para quebrar resistências ao candidato ou busca de apoio financeiro--, Matarazzo e o ex-presidente da Emplasa Márcio Fortes assumem também outras tarefas.
Artífice do acordo com Fernando Gabeira (PV) no Rio, Márcio Fortes trabalhará por Serra no Estado. Matarazzo atuará informalmente na coordenação-geral da campanha.
Para o diálogo com o empresariado, os dois contarão com a ajuda do ex-deputado Ronaldo Cezar Coelho. Já Eduardo Graeff atua no conteúdo de comunicação pela internet.
Sua participação revela um nó da campanha: a velha dissonância entre Brasília e São Paulo. Homem da confiança de Serra, mas alvo de tucanos desde 2006, Gonzaléz pretende concentrar em São Paulo toda a estrutura de comunicação, sem ingerência política.
O comando do PSDB insiste em criar um núcleo de comunicação. Os dois grupos serão, geograficamente, separados. Em São Paulo, deve funcionar a logística da campanha; em Brasília, o comando político.
Fonte: UOL
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