Deputado tenta convencer o PSB da viabilidade de se lançar na corrida pelo Palácio do Planalto, mas o partido reluta em apoiá-lo. Situação será resolvida na próxima terça-feira
O PSB alega não ter condições financeiras de bancar a candidatura de Ciro
Pré-candidato à Presidência da República, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) tem exatos seis dias para tentar reverter um jogo que os próprios aliados consideram perdido. Até o próximo dia 27, ele tem de apresentar credenciais suficientes para convencer o partido da viabilidade de sua terceira tentativa de chegar ao Palácio do Planalto. A legenda já sinalizou que não tem condições financeiras e políticas de bancar a campanha. O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, também não esconde o clima de sepultamento em torno da candidatura de Ciro.
Oficialmente, o martelo só deve ser batido na próxima terça-feira, em reunião nacional do PSB. No mesmo dia, Ciro encontrará o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O socialista deixou claro que não cogita permanecer no Legislativo. A única moeda para convencê-lo a abandonar a disputa seria um ministério importante em caso de vitória petista nas eleições de outubro. “Ele (Ciro) está frustrado porque contou com a rejeição (dos petistas) a Dilma Rousseff. Pensou que o PT não conseguiria emplacar outro candidato e abraçaria sua candidatura se ele polarizasse com Serra”, resume o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vacarezza (PT-SP).
A própria Executiva Nacional do PSB já admite que o cenário não comportaria uma segunda candidatura governista à Presidência. “As circunstâncias e o conjunto das forças políticas precisam ser levados em conta”, reforça o secretário nacional do partido, Carlos Siqueira. Com a direção nacional praticamente convencida da candidatura única governista, o PT teme que a frustração de Ciro Gomes se traduza em ataques contra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto. Nos últimos dias, aliados do pré-candidato ameaçaram apoiar a senadora Marina Silva (PV-AC). O PSB, porém, garante não cogitar o abandono da nau governista.
“O PSB trabalha com duas hipóteses apenas: ter candidato próprio ou apoiar alguém da base do governo, que é Dilma Rousseff. Não há hipótese de o partido apoiar uma candidatura fora da base”, antecipa Roberto Amaral, vice-presidente do PSB.
PRESSÃO NA INTERNET
Sem força no PSB, militantes favoráveis à campanha de Ciro Gomes começaram a atacar pela internet. O blog Deixa o Ciro concorrer publicou uma lista de contatos das principais lideranças do partido para que os manifestantes pressionem a legenda a manter a candidatura própria. Até o fim da tarde de ontem, mais de 30 comentários estavam registrados na página.
O PSB trabalha com duas hipóteses apenas: ter candidato próprio ou apoiar alguém da base do governo, que é Dilma Rousseff. Não há hipótese de o partido apoiar uma candidatura fora da base”, antecipa Roberto Amaral, vice-presidente do PSB.
Fonte: Correio Braziliense
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