Partido está preocupado com falta de candidato na eleição estadual
Convencido de que dificilmente definirá seu palanque em São Paulo antes do final de abril, o PT traça um plano para evitar que o vácuo de candidatura no maior colégio eleitoral do País abale a campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Sem uma resposta clara do deputado Ciro Gomes (PSB) sobre o seu futuro político, líderes petistas querem que estrelas da sigla intensifiquem a presença em São Paulo, reforçando a estratégia de ampliar a agenda de Dilma no Estado.
A meta é evitar que o governador José Serra (PSDB) e possíveis nomes tucanos para a sucessão (o secretário do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e o secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira) "nadem sozinhos" na cena política paulista no período pré-eleitoral.
Petistas estão de olho em líderes partidários em geral. Mas o foco está no senador Aloizio Mercadante (SP), apontado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como opção para o Palácio dos Bandeirantes, caso Ciro recuse a vaga. A avaliação é de que, ao buscar mais exposição, Mercadante se firmaria como plano B. Mas, se Ciro optar na última hora por São Paulo, o esforço seria facilmente reaproveitado em sua campanha de reeleição.
O tema começou a ser discutido na quarta-feira, após encontro de petistas com Ciro, e voltou a pautar conversas em Brasília, ontem. Ainda assim, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ameniza o risco de enfraquecimento no Estado. "O PT é forte com ou sem candidato."
"Até por ser candidato ao Senado, ele já começou a rodar o Estado", afirma Dutra, adiantando que Mercadante deve aparecer nas próximas inserções do PT no rádio e na TV. "Temos de construir agenda nos principais polos regionais", diz o presidente estadual do PT, Edinho Silva.
Setores do PT, porém, não escondem o incômodo. "Se demorar mais dois meses para termos um nome, o problema de São Paulo vai virar problema para a campanha de Dilma", diz o prefeito de Osasco, Emídio de Souza.
Fonte: Clarissa Oliveira/O ESTADO DE SÃO PAULO
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