terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Brasília-DF - mais lama e confusão.

Os próximos dias reservam novos, quentes e apimentados acontecimentos em Brasília. A folia de Carnaval não conseguiu esfriar os ânimos de ninguém. Arruda preso e sem previsão de ser liberado imediatamente. Paulo Otávio (DEM), governador interino, com a faca no pescoço. Deputados da câmara distrital do DF afastados ou na alça de mira. Os Demos querendo a todo custo acabar com a crise. A oposição aproveitando para tirar proveito da situação. A OAB, STJ, ministérios públicos e outras entidades querendo ver o país e Brasília um pouco mais saneados da corrupção enraizada em suas entranhas. Joaquim Roriz sonhando em voltar ao governo, ... Todos prestando a atenção ao que acontecerá no DF. Muitos com medo de serem atingidos pela grande crise: demos, tucanos e até petistas, que não querem que os mensalões e mensalinhos e outros escândalos venham novamente à tona.

Faltam sete meses para as eleições e o resultado da crise do DF irá respingar nos resultados regionais e nacionais.

Acompanhe um pouco o que o Blog do Josias traz de novidades.

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"Nós não podemos mais ficar sangrando. Não dá mais."
Ronaldo Caiado (Deputado-DEM)

Ameaçado de impechment no Legislativo e de intervenção federal no STF, Paulo Octávio (DEM) ganhou um problema novo.

O deputado Ronaldo Caiado e o senador Demóstenes Torres, ambos do DEM de Goiás, formalizarão o pedido de expulsão de Paulo Octávio do partido.

A petição será levada à próxima reunião da Executiva nacional do DEM. Ocorreria nesta quinta (18). Mas foi adiada para terça (23) da semana que vem.

“Além da expulsão do Paulo Octávio, vamos requerer a destituição do diretório do DEM no DF”, disse Caiado, em entrevista ao blog.

A providência pode chegar tarde. No comando do governo do DF desde que José Roberto Arruda foi preso, Paulo Octávio administra o imponderável.

Investigado no mesmo inquérito que levou Arruda à ruína política, Paulo Octávio passou a considerar a hipótese de renunciar ao cargo.

Com ou sem renúncia, Caido afirmou, a expulsão “será solicitada de qualquer jeito”.
Clique e leia a entrevista no blog do Josias.

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Cúpula do DEM teme que Arruda abra a boca e o baú

A informação de que o STJ estava prestes a decretar a prisão de José Roberto Arruda chegou à cúpula do DEM na véspera, com antecedência de quase 24 horas.

Alertados, integrantes da Executiva do partido analisaram em segredo os efeitos do terremoto brasiliense sobre a sigla.

No centro da encrenca estava Paulo Octávio, um filiado que o DEM evitara lançar ao mar em dezembro do ano passado, quando o panetonegate explodira.

A iminência da prisão de Arruda reacendeu uma divisão que eletrifica os subterrâneos do DEM. A tribo ‘demo’ está cindida em dois grupos.

De um lado, a turma do “mata-e-esfola”. Do outro, a ala do “deixa-como-tá-pra-ver-como-é-que-fica”.

Foram à mesa algumas propostas. Entre elas a dissolução do diretório do DEM-DF e o desembarque coletivo dos filiados da legenda dos quadros do GDF.

Um dos participantes das conversas contou ao repórter uma passagem emblemática.

A certa altura, um dirigente do DEM disse que, antes de tomar qualquer providência, conviria ouvir o vice-governador Paulo Octávio, mandachuva da legenda no DF.

Abespinhado, um senador interveio: “Você não está entendendo. O Paulo Octávio tem que ser expulso do partido”.

Lero vai, lero vem o DEM optou por administrar a crise a golpes de barriga. No dia seguinte, quinta-feira (11) da semana passada, sobreveio a prisão de Arruda.

E o vice Paulo Octávio foi à cadeira de governador. Reacendeu-se o incêndio que o DEM imaginara ter apagado em dezembro, no alvorecer do escândalo.

O DEM tenta apregoar a lorota de que lida com o seu mensalão com um rigor que o PT não foi capaz de imprimir ao mensalão dele. Porém...

Porém, a firmeza do DEM tem a consistência de um pote de gelatina. Mesmo a exclusão de Arruda foi às manchetes com a forma de uma pseudoexpulsão.

A Executiva do partido deu tempo a Arruda para recorrer ao Judiciário. Malogrado o recurso, o DEM deu prazo ao governador para se desfiliar, antecipando-se ao vexame da expulsão.

De resto, a cúpula do DEM decidiu fingir que Paulo Octávio estava limpo. Uma ilusão que se desfaz nos desvãos do inquérito do panetonegate.

Para complicar, em pleno recesso do Congresso, o diretório brasiliense do DEM, comandado por Paulo Octávio, saiu-se com uma nota de apoio ao pseudoexpulso Arruda.

Liderada por Demóstenes Torres e Ronaldo Caiado, a turma do “mata-e-esfola” voltou à carga.

Acenou-se com a hipótese de dissolução do diretório de Brasília e abertura de processo contra Paulo Octávio. Sob o barulho, vicejou, de novo, a inação.

Como explicar? Simples: o pedaço do DEM adepto à tese do “deixa-como-tá-pra-ver-como-é-que-fica” lida com a crise movida pelo medo.

Medo de que Arruda, agora hospedado no PF’s Inn, resolva abrir a boca e o baú que armazena os segredos financeiros do DEM.

Único governador eleito pela legenda em 2006, Arruda tornou-se um grande provedor do DEM.

No pleito municipal de 2008, a máquina ‘demo’ de Brasília borrifou verbas nas arcas de comitês de campanha instalados em várias partes do país.

Arruda ajudou a forrar, por exemplo, o caixa de campanha de Gilberto Kassab, o prefeito ‘demo’ reeleito em São Paulo.

A direção do partido alega que todo dinheiro vindo de empresas fornecedoras do GDF ingressou nos livros do DEM pela porta da frente, mediante recibo.

A turma de Arruda insinua que a coisa não foi bem assim. Uma parte do dinheiro teria transitado por baixo da mesa. As hesitações da direção do DEM tonificam as suspeitas.

Paira no ar a impressão de que, se resolver destravar os dois ‘Bs’ que lhe restam (boca e baú), Arruda pode produzir um novo escândalo, tão devastador quanto o primeiro.

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