Deprimido, governador licenciado aguarda a liberdade
O governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), não deve retornar ao poder quando for libertado da salacela da sede da Polícia Federal.
Foi o que revelou ontem um de seus advogados, Nélio Machado. Segundo ele, o governador decidiu se afastar do poder por não "condições emocionais", tão logo seja aprovado o habeas corpus que será julgado pelo pleno do Supremo Tribunal Federal.
- Se for solto, Arruda não volta ao governo. Ele já tomou essa decisão por não ter condições emocionais de assumir essa tarefa - disse Nélio Machado a jornalistas ontem pela manhã.
Machado disse, porém, que está descartada, por ora, a renúncia do governador. Ele permaneceria só licenciado do cargo, como está atualmente.
O governador do Distrito Federal está preso desde o dia 11 de fevereiro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, por suspeita de tentar subornar uma testemunha do inquérito do chamado mensalão do DEM de Brasília. O inquérito tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A estratégia é fazer um acordo com a Justiça. Arruda não voltaria ao poder enquanto correrem as investigações da operação Caixa de Pandora da PF, que também apura a participação de secretários do governo de Arruda, do ex-vice-governador Paulo Octávio e de pelo menos 11 dos 24 deputados da Câmara Legislativa do DF no recebimento de propinas.
- Seria o compromisso de não voltar ao cargo enquanto existir suspeita sobre ele - explica o advogado.
O compromisso seria firmado em duas frentes. Na política, Arruda enviaria uma carta comunicando o seu licenciamento por tempo indeterminado do governo à Câmara Legislativa.
Ao Judiciário, os advogados enviaram documento com a intenção de Arruda de não retornar ao governo. Se as investigações não forem finalizadas neste ano, ele estaria disposto a ficar fora do governo até o fim do mandato.
Fonte: Jornal do Brasil
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