terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MST fará campanha contra Serra, diz Stedile

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse ontem que os movimentos sociais devem fazer campanha contra a possível candidatura do tucano José Serra à Presidência da República.

Em Porto Alegre (RS), onde participa do Fórum Social Mundial, ele disse que uma vitória de Serra representaria "a volta do neoliberalismo clássico" ao Brasil. Segundo Stedile, o MST deverá "torcer" e "fazer campanha" contra o tucano.

Ele afirmou que a rejeição de sindicatos e organizações de trabalhadores a Serra é espontânea, pois o governador de São Paulo se identifica com a plataforma "neoliberal", combatida pela esquerda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

"Nós não precisamos baixar ordem para ninguém, mas há uma unidade de que todo mundo é contra a volta do Serra, por tudo o que ele representa, da volta do Fernando Henrique.

"A posição anti-Serra não se traduz, segundo Stedile, em apoio do MST à provável candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à sucessão de Lula.

"Nós sempre votamos mais à esquerda, mas não vamos tomar uma posição de candidato A, B ou C", disse Stedile.

Aliados históricos, os sem-terra e o presidente vivem uma relação que ficou mais conturbada no ano passado. O MST já acusou Lula de trair as promessas de reforma agrária. O petista também já condenou invasões de terra e atos de vandalismo cometidos por sem-terra.

Em outubro do ano passado, Stedile afirmou que "o MST não é capacho de Lula" e que não haveria adesão automática à candidatura de Dilma.

Alas do movimento defendem apoio à senadora Marina Silva (AC), provável candidata do PV à Presidência, mas que é vista com reservas por setores ligados à agricultura familiar por ser considerada demasiadamente "conservacionista".

Fonte: Folha de SP

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