terça-feira, 27 de outubro de 2009

PT e PMDB fecham um "pré-compromisso" e o DEM pressiona os tucanos

Em jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, na terça-feira 20, o PT e o PMDB firmaram um “pré-compromisso” de apoio à candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff. O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, é cotado para ser o vice de Dilma. Lula disse aos líderes dos dois partidos ser difícil subir em dois palanques num único estado e pressionou os aliados para firmarem alianças locais. “Eu gostaria de subir num palanque só. É difícil subir em dois. Se isso acontecer, há o risco de eu não subir em nenhum”, ameaçou.

Há dificuldades para acordos em vários estados. Os peemedebistas querem o apoio dos petistas, principalmente, no Rio de Janeiro, em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. O PMDB ainda quer lançar o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, na Bahia, contra o PT de Jaques Wagner.

Selada a aliança entre petistas e peemedebistas, aumentaram as pressões para que o PSDB defina o nome do seu concorrente à Presidência. O tucano José Serra, governador de São Paulo, apontado como candidato, usou o seu microblog na rede social Twitter, na madrugada da quarta-feira 21, para fazer um desabafo: “Estou cansado de não responder à pergunta sobre a Presidência”, reclamou. A um internauta que questionava o seu futuro político, disse ainda “ser cedo para tomar uma decisão”.

As maiores pressões sobre Serra vêm do DEM e do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pré-candidato ao Planalto. “No DEM ninguém tem dúvida de que o candidato é o Serra. Queremos é que ele saia da toca”, disse o deputado Alceni Guerra (DEM-PR).

Serra ajudou a firmar um acordo na Bahia entre os grupos do tucano Jutahy Júnior (um aliado local do PT) e do senador Antonio Carlos Magalhães (morto em 2007). Mas, depois, interrompeu sua participação nas negociações para 2010, reclamaram os democratas. O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse ter levado a público “uma angústia que não é particular, mas coletiva” e indicou preferência por Aécio. Para o chefe do DEM, o mineiro tem mais potencial de crescimento e não provocaria uma polarização com o presidente Lula.

O governador de Minas também não esconde mais sua divergência com o correligionário paulista. Para ele, o partido deve escolher o candidato em janeiro. Serra quer a decisão em março.

Fonte: Carta Capital - 28/10/09

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