quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lula na arquibancada e sem corneta? Só vendo ...

Em recente entrevista o presidente Lula disse que não vai interferir no governo Dilma, que deverá ter a cara da nova presidenta. Ele citou duas frases emblemáticas:

- "A continuidade é da política, não das pessoas", e

- "Rei morto, rei posto".

Será que Lula vai conseguir se "desligar" do dia-a-dia do governo federal? O Observatório acha que seria o melhor caminho, mas não será fácil para ele que viveu tão intensamente momentos de altíssima aprovação ao seu governo até o fim do segundo mandato, fato raro. Desligar-se do foco das atenções, dos afagos do poder e do lugar mais alto exigirá muita personalidade e despreendimento de Lula. Tomara que consiga cumprir e busque outras formas de ajudar o país a crescer. Senão, ele será para Dilma a sombra que Nestor Kirchner foi para Cristina, que agora vai ter que tocar o país sem sua muleta.

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Leia matéria do UOL:

Em entrevista surpresa ao lado da presidente eleita Dilma Rousseff, o presidente Lula afirmou na manhã desta quarta-feira que a petista montará o governo "com a cara dela" e negou que tenha pedido a permanência de ministros na nova equipe. "A continuidade é da política, não das pessoas", afirmou Lula, acrescentando: "Rei morto, rei posto".

O presidente disse ainda que vai dar uma lição de como ex-presidentes devem se comportar, afirmando que vai assistir a atuação de Dilma da arquibancada, uniformizado e "sem corneta".

A entrevista foi dada no Palácio do Planalto depois de uma visita de Dilma que não estava agendada. Por causa do encontro, Lula desmarcou reunião da coordenação política.

Na fala com os repórteres, Lula afirmou ainda que a eleição de Dilma representa a vitória "dos que perderam em 1968". Ironizando o candidato derrotado José Serra (PSDB), ele demonstrou reticência em se candidatar à Presidência em 2014, afirmando que Dilma tem a preferência. Segundo ele, é muito "pequeno" discutir 2014 agora.

"Senão vai chover bolinhas de papel em nossa cabeça", declarou, em referência à agressão sofrida por Serra durante a campanha.

Lula apelou ainda para que a oposição não faça com Dilma o que teria feito com ele. "A política da vingança, de trabalhar para não dar certo."

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