sábado, 9 de outubro de 2010

Veritate informa que acertou mais que errou. Será?

Abaixo trazemos a postagem do Prof. Edir Veiga, diretor do instituto Veritate que junto com o PPGCP - Programa de Pós-graduação em Ciências Políticas da UFPa, publicou pesquisa de opinião na sexta-feira, 1o. de outubro, antevéspera das eleições, que asegurava vitória de Simão Jatene no primeiro turno contra Ana Júlia, por 55,7% a 30,1% (votos válidos). A margem de erro era de 2,5% e as entrevistas foram feitas entre 24 e 28 de setembro em 36 municípios paraenses. Leiam a postagem e ao final as considerações do observatório.

OBS: Vejam com precisão científica os números da pesquisa LCP/UFPA/Veritate. Aqui não cabe mais o achismo.

Observem que acertamos integralmente na votação de Jatene, sendo que a diferença entre a votação de juvenil, F.Carneiro e Cleber Rabelo e da pesquisa fica muito aquém da margem de erro que foi de 2,5% para mais ou para menos, ou seja acertamos em cheio, também.

A grande diferença entre nossa pesquisa e o resultado eleitoral se dá na votação de Ana Júlia.

Vejam que nossa pesquisa detectou 18.3% de Nenhum/Branco/Nulo, até o dia 28 de setembro. No dia 03 de outubro este percentual caiu de 18.3% para 6.3%. Ana Júlia conquistou 9% destes 12%, juvenil 1,5% e F.Carneiro abocanhou 1.1% destes 12%.

Como não foi detectado nenhuma onda vermelha no Pará até o dia 28 de setembro, ou seja, 12 dias após a passagem de Lula por estas bandas, conclui-se que variáveis externas e intervenientes operaram entre os dias 29 de setembro e 03 de outubro.

O guincho que provavelmente trouxe para Ana 9% em 5 dias não pode ser previstos em pesquisa de opinião pública. Foi a mobilização partidária, a máquina de governo e a boca de urna "profissionalizada" que poderia explicar este crescimento.

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O fato é que Ibope e Veritate erraram muito. Ambos com quase 9 a 12% dos resultados reais (votos válidos) da diferença entre Jatene e Ana Júlia.

Ressaltamos os resultados - votos totais -, corrigindo alguns pontos:
(Primeiro o % das urnas - votos totais - e em segundo o % da Veritate)

Jatene: 45,8% / 45,5% --> cresceu 0,3%

Ana: 33,8% / 24,6% --> cresceu 9,2%

Juvenil: 10,1% / 8,6% --> cresceu 1,5%

Fernando: 2,9% / 1,8% --> cresceu 1,1%

Cleber: 1,1% / 1,2 --> caiu 0,1%

Brancos e Nulos: 6,3% / 6,7% --> caiu 0,4%

No Veritate os Indecisos eram 11,6%. Será que todos os indecisos migraram para Ana, Juvenil e Fernando Carneiro? Impossível: indecisos tomam o "efeito manada" e esse efeito beneficiava Jatene.

As pesquisas fartamente divulgadas nos jornais O Liberal e Diário do Pará, bem como nos jornais de TV do sábado à noite e em dezenas de blogs, portais e outros meios de comunicação, apontando a vitória de Jatene no primeiro turno, certamente, levaram milhares de eleitores paraenses a votarem "em quem vai vencer". Estimamos que de 1 a 2,5% dos votos que poderiam ter ido para Ana e outros candidatos foram para Jatene. Esse é o famoso "voto útil" e as pesquisas em véspera de eleições influenciam essa prática dos eleitores.

Se considerarmos apenas os votos válidos das urnas e do Veritate, veja como fica a análise:

Os indecisos, brancos e nulos da Veritate foram distribuídos aos candidatos, na proporção de seus números originais, como de praxe nas análises eleitorais.

Jatene: 48,92% nas urnas / 55,69% no Veritate --> caiu 6,77%

Ana: 36,05% / 30,11% --> cresceu 5,94%

Diferença Jatene para Ana: 12,87 nas urnas / 25,58% no Veritate (caiu 12,71%)

Juvenil: 10,81% / 10,53% --> cresceu 0,28%

Fernando: 3,04% / 2,20% --> cresceu 0,84%

Cleber: 1,18% / 1,47 --> caiu 0,29%

Como podemos ver, o comportamento dos demais candidatos não sofreu mudanças entre o previsto corretamente pelo Veritate e o que as urnas mostraram. A grande diferença, o grande erro, foi entre Ana e Jatene.

Avaliamos a possibilidade de um erro de amostragem, centralizada excessivamente nas maiores cidades do estado, onde Jatene vinha com melhor desempenho.

Outra possibilidade de erro é não ter sido feito o controle preciso dos entrevistados segundo a cota de renda ou escolaridade, o que influencia muito no resultado final do estudo. Controlar apena as cotas de sexo e idade causa imperfeição na pesquisa.

Vamos continuar observando.

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