Jader Barbalho divulgou texto abaixo no Diário de 30/05 e em seu site www.jaderbarbalho.com. Leiam e comentem:
Sou um homem de muita sorte e tenho muito que agradecer a Deus e ao povo do Pará que tem me permitido viver tanta coisa. Desde bem cedo comecei minha carreira política e participei de todas as lutas do movimento estudantil contra a ditadura militar de 1964. Fui vereador, deputado estadual, deputado federal quatro vezes, ministro duas vezes, senador, e eleito governador duas vezes. Eu fiz da política a minha atividade principal e a minha preocupação sempre foi com a população mais carente, com os que padecem por não ter comida na mesa, dinheiro do aluguel, com os que não têm acesso às mínimas condições de saúde, educação e justiça. É a esse povo sofrido, que tem me acompanhado sempre, que eu devo explicação sobre qualquer aspecto da minha vida. Poucas pessoas têm a confiança pública traduzida em votos que eu tenho. Já percorri todos os degraus da vida pública e estou entre as lideranças com maior durabilidade na história brasileira. Devo isso ao povo do Pará. Esse é o meu maior orgulho.
O efeito colateral deste orgulho, porém, é a inveja e durante esta semana a expectativa em torno da minha candidatura ao governo nas próximas eleições gerou em meus adversários um sentimento desconfortável, suficiente para lançar contra mim todo tipo de calúnia. Eu tive que expressar publicamente a minha revolta porque, apesar de hoje ser um homem mais tolerante, ainda me causa repulsa a mentira e a covardia dos que se escondem atrás de uma capa da probidade, quando em suas entranham estão os vermes da corrupção e da hipocrisia. Minha revolta e indignação fizeram com que eu lembrasse os versos de No Caminho, com Maiakovski, do fluminense Eduardo Alves da Costa .
Não sou candidato ao governo. Como é chegada a hora e também para acalmar os corações, digo que vou concorrer ao senado e que essa decisão é minha e do PMDB, o partido que enfrentou a ditadura militar e que abrigou - por um longo período - todas as ideologias contrárias às forças antinacionalistas que transformaram esse país num purgatório político. Como sou um dos fundadores e o presidente regional do PMDB, minha liderança permite que eu mostre os caminhos indicativos a seguir. Entretanto, a decisão é conjunta e o que a maioria estabelecer é acatado. Assim, eu me submeto às decisões do meu partido, que lança candidato próprio ao governo e caminha na recuperação da sua liderança na política nacional.
Quero dizer ao povo de Belém e do interior que a minha decisão foi tomada em favor das necessidades do Estado. O Pará pode contar, no senado federal, com uma liderança com experiência e conhecimento da realidade nacional e estadual . Eu já percorri todos os caminhos da vida pública. Fui presidente nacional do PMDB, presidente do Senado e presidente do Congresso Nacional. Pertenço ao grupo dos autênticos do meu partido, que lutou bravamente por mais de duas décadas contra os militares. O Diap, que é o órgão de assessoria parlamentar dos sindicatos brasileiros e que tem a função de fiscalizar o desempenho de deputados e senadores, tem me indicado, desde a sua criação, como um dos cem parlamentares mais influentes do Congresso Nacional. Sou o primeiro no ranking da Amazônia e este ano fui escolhido, também, como o melhor articulador em favor da defesa dos projetos para o Estado. Eu só posso agradecer ao povo tanta honra e dizer que é isso que me faz seguir em frente. Aviso às mentes mais férteis que a coisa é simples assim: estou na luta outra vez.
Para aqueles que não conhecem o poema de Eduardo Alves da Costa, que por equívoco tem sido atribuído a Maiakovski, eu o transcrevo aqui: “Na primeira noite eles se aproximam, roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam nas flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo o nosso medo, arrancam-nos a voz da garganta. E já não dizemos nada”.
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